ANALISANDO O FILME ILHA DO MEDO - Analise de cenas
Ficha técnica:
Titulo original: shutter island
Ano: 2010
Direção: Martin Scorsese
Diretor de fotografia: Robert Richardson
Classificação: 16
Gênero: Drama – Suspense
Sinopse: Em 1954, uma dupla de agentes federais investiga o desaparecimento de uma assassina que estava hospitalizada. Ao viajarem para Shutter Island - ilha localizada em Massachusetts - para cuidar do caso, eles enfrentam desde uma rebelião de presos a um furacão, ficando presos no local e emaranhados numa rede de intrigas.
Primeiramente direi minha percepção desta obra:
Um filme totalmente imersivo. Apesar de uma longa duração te prende do início ao fim. O longa te entrega todas as respostas da trama de maneira sutil, que lhe faz enxergar falsas verdades sem perceber que tudo está bem a sua frente o tempo todo. Tornando também interessante independente de ser a primeira, segunda ou terceira vez que assiste. Sempre terá algo a mais para perceber.
Cada cena, cada elemento, é extremamente importante para a resolução do caso. Mas por conta da falsa certeza que o filme lhe passa, nós como telespectador acabamos deixando de lado pontos cruciais sem perceber.
O filme contem implantação de assuntos históricos, tanto pelo contexto da época quanto pelo local em que tudo se passa. Um cenário pós segunda guerra mundial, onde muitos ainda estão feridos e tentando superar tamanhas atrocidades, em um ambiente onde a ciência também é desatualizada.
Importante ressaltar que a trama secundária é essencial para o desenrolar da primeira, levando em conta o contexto histórico, ela faz menção a um período que enfrentávamos uma disputa científica.
Com certeza esse é um dos poucos filmes que minha nota ficará em 10/10, 5 de 5 estrelas!
Pontos positivos e pontos negativos:
Tendo como um forte ponto positivo, com certeza é a sua trama bem construída. O modo como tudo foi colocado propositalmente na tentativa de nos ajuda a solucionar o mistério a qual o filme se apoia, também tem todos os elementos necessários para te levar ao lado errado. Tudo feito de maneira cuidadosa e com extrema atenção aos detalhes.
Realmente não consigo pensar em um ponto negativo que me impedisse de indicar este filme. Perfeito para todos aqueles que gostam de um bom suspense e para apaixonados em obras que distorcem a verdade e brincam com a psico humana.
Analise geral (contem spoiler):
Depois de reassistir ao filme usando de um ponto de vista mais crítico e analítico, sem o gosto amargo da surpresa que o longa nos gera, é possível perceber logo na primeira cena que o protagonista tem uma grande aversão a água. Inicialmente ao assistir ao filme pela primeira vez deduzimos que o Teddy apenas possui algum medo de mar e associamos a thalassofobia. A realidade é apenas uma boa carta dos produtores, pois faz jus a conclusão da trama principal porém por ser a primeira cena do filme nos esquecemos de dar a devida importância a informação.
Assim que os detetives chegam ao presídio psiquiátrico é ordenado pelo diretor interino que ambos entreguem suas armas. Observando com mais afinco é possível perceber uma certa dificuldade de desacoplar o coldre por parte de seu novo parceiro Chuck que segue de um tédio vido pelo diretor, sem contar que a arma é visivelmente falsa dando o indício de que na verdade não seja um detetive federal.
No primeiro encontro dos protagonistas com o doutor é encenado um breve dialogo onde podemos encontrar as maiores pistas do mistério:
- Teddy analisa as ilustrações pregadas na sala do doutor quando o mesmo narra algumas situações que ocorreram na instituição, demonstrando aversão aos métodos de tortura anteriormente utilizados como terapia e quando cita os afogamentos o mesmo dirige um olhar penetrante ao protagonista.
- Ao parecer, todas as falas do doutor são perfeitamente calculadas a ponto de entregar toda a resolução do mistério. Algumas delas, pela vista dos que já sabem, percebemos que parecem ser quase um desabafo do doutor referente a situação.
- Durante a conversa vemos também a primeira vez em que o protagonista é medicado pelo doutor, logo após um pequeno lapso de memória acompanhado de enxaqueca forte.
- “a lei dos quatro”
O doutor manda os detetives acompanhar a busca pela paciente junto aos oficiais que demonstram tédio e a versão a missão lhes fornecida como se estivessem cansados. Assim como os enfermeiros quando estão sendo interrogados.
Durante o interrogatório uma funcionaria que participou de uma terapia em grupo com a paciente desaparecida nos introduz a existência do doutor Sheeham, afirmando que ele é o encarregado pessoal da desaparecida. Ao dizer o nome dele se sente insegura e acuada como se não soubesse se devera ou não dizer, tendo a troca de foco dela para seu parceiro Chuck que também pareceu desconfortável ela afirmar que ele era o responsável pela paciente.
Entrando em uma sala separada dos alojamentos dos pacientes, conhecemos junto ao protagonista o dr. Dahering, apesar do seu inglês fluentes o sotaque alemão entrega sua nacionalidade. Após o contato, provavelmente forçado e proposital, com a mesma música que tocava em uma das memórias que tem de sua esposa e quando o protagonista esteve em uma missão do exercito e, onde foi designado para a libertação de um campo de concentração, lhe causam mais alguns lapsos de memorias forçados. Importantes cenas que ajudam o telespectador de maneira sutil a percebe o que realmente está acontecendo.
Entrando em uma das mais importantes cenas do filme, Teddy está sonhando quando revê sua falecida esposa. No dialogo a mulher ressalta seu antigo problema com bebida por conta de seus traumas da guerra, porém com o decorrer da cena eles etão em um apartamento repleto de fuligem que preenchem todo o ambiente mostrando também as costas da mulher queimando em brasa enquanto admira a paisagem de um coreto em frente ao lago, pela janela. O protagonista envolve a mulher em um abraço pousando suas mãos sobre seu ventre que jorra água e sangue tornando-se inteiramente molhada, nos dando uma pista da verdadeira causa de sua morte. Em uma de suas últimas fala sutilmente a mulher o chama de Leaddis, que facilmente pode ser somente associado a pergunta que Teddy faz, confundindo facilmente os internautas. Sua mulher se desfaz em cinzas restando apenas a água que escorre das mãos do protagonista.
Quando o detetive decide interrogar os pacientes, uma delas conversa com ele tranquilamente, porém suas falas sobre Rachel Solano são idênticas ao do doutor parecendo um texto decorado. Ao citar o doutor Sheeham a paciente entra na defensiva e pede um copo d’água. Assim que Chuck levanta pra buscar a bebida ela lhe passa uma mensagem escrita. Escondendo seu caderno, Teddy segue o interrogatório perguntando sobre Andrew Laeddis gerando desconforto na paciente a obrigando a ir embora.
Durante a tempestade os protagonistas se encharcam e são obrigados a trocar de roupa, adotando então roupas como a dos funcionários do hospital. A procura do doutor Cawley acabam entrando em uma reunião com os lideres e chefes do hospital, ouvindo por acidente a somatória dos pacientes, o que o faz interromper a conversa para questionar porque não foi lhe contado que “ quem é 67º” logicamente se referiria a um outro paciente, já qe ao todo tinham 66 pacientes na instituição. Ao fundo mostra um dos oficiais dizendo “A lei dos quatro, adoro isso” assim que o ouve dizer Rachel Solano. Se dermos mais atenção a essa fala nos questionamos por que a lei do 4? Por quê diz exatamente o que estava no bilhete encontrado por Teddy, deixando ainda mais claro que todos ao redor sabem muito mais sobre o Teddy do que ele mesmo.
Ao declararem que a paciente desaparecida foi encontrada, levam os dois detetives para vê-la e interrogá-la. Teddy entra na ideia de que e um detetive indo visitá-la em sua casa, e lhe pedindo que ela narrasse exatamente o que fez no dia anterior, que por sua vez, a moça narra exatamente o final da trama, causando sonhos, disfarçados mas próximos a realidade, ao protagonista.
Sempre que cenas vivenciadas no tempo real da trama remetem a suas memórias escondidas, o protagonista sente fortes dores, onde o médico lhe entrega um analgésico que o faz ficar menos violento e calmo. Mas com o passa rod tempo sem o rémedio, tudo volta com muita força.
Outra cena muito importante e quando a tempestade acaba com a energia da ala C, e Teddy vai até lá em busca do Andrew, onde encontra um homem ao canto da cela murmurando “Laeddis, você disse que eu sairia daqui”. Ambos embarcam em uma conversa que o paciente está ferido e machucado, e quando o detetive pegunta quem o machucou ele diz “Foi você! Vocês fez isso comigo!”. Dando espaço para um outro rumo da conversa, ele continua dizendo que sua esposa já está morta e que ele precisa deixá-la ir. “Quer descobrir a verdade? Então deixe-a ir”.
Duvidando de tudo, Teddy decidi ir até o farol, mas acaba em uma caverna conversando com a suposta verdadeira Rechel Solano, que após uma conversa o questiona se pode mesmo confiar no que vê, naqueles ao seu redor e se está tomando os remédios fornecidos pelo local. Lhe fala mais sobre os métodos de tratamentos já citados pelo doutor no começo do filme.
Quando voltamos para a Ala central entramos na minha cena preferida do filme. Quando Teddy vai falar com o doutor e os produtores do filme intercalam os focos da cena entre a conversa dos dois com a cena caótica entre os pacientes atrás. Todos estão incomodados murmurando que não querem mais alguma coisa, que estão cansados e estressados enquanto olham para o protagonista.
Já sobre a conversa entre os dois homens, o doutor alega para teddy que ele não veio acompanhado ao presídio, pelo contrário, esteve o tempo todo sozinho.
Ainda na insistência para chegar ao farol, vê pela primeira vez a interação entre sua mulher e a criança que o persegue em seus pesadelos com a guerra. A garota, que até então havia morrido no campo e perseguiu seus sonhos ate se tornar uma das crianças vítimas de Rachel Solano em seus sonhos, agora segura a mão de sua esposa. Mas isso não o parou e logo adentra a propriedade do farol até então um mistério.
Em busca de alguma coisa segue pela escadas até encontrar em uma sala o doutor esperando-o. Ao confrontar o detetive o doutor lhe apresenta todas as pistas para o fim do mistério.
A regra dos 4.
O paciente 67.
Sua arma que é de mentira (a mesma entregue pelo “companheiro” ao chegar na ilha) e tem então seu choque com a realidade e os fatos apresentados.
Sua esposa teria matado seus filhos afogados e por não suportar atira na barriga de sua esposa. Negando-se a acreditar no que presenciou, criando uma defesa extraordinária, elaborando uma outra realidade para as coisas como seu parceiro, que até então o acompanhava, é enfim apresentado pela primeira como o doutor Sheeham.
Entramos na última cena do filme, onde vemos o protagonista e seu parceiro, o doutor responsável por ele, fumando na entrada do dormitório masculino, enquanto a uma certa distância temos os outros dois doutores e o diretor a espera.
Sheeman começa o dialogo perguntando o que o homem pretende fazer agora na tentativa de testá-lo. Andrew o responde dizendo que quer sair dali, voltar ao continente e o chama de chuck. Com pesar o doutor faz um sinal com a cabeça para os oficiais a distância, que logo compreendem a que Andrew continuava disperso a realidade.
3 médicos se aproximam da dupla que está fumando e nesse momento Andrew se levanta e diz: “Esse lugar me fez pensar o que poderia ser pior: Viver como um monstro ou morrer como um homem bom?”. Deixando o doutor para trás o protagonista segue os médicos por vontade própria, deixando em aberto para o entendimento do publico.
O que você acredita? Ele realmente não voltou a realidade ou voltou e decidiu aceitar a lobotomia?
Matéria escrita por Gnomo e Dino!
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